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Opinião: Independentemente do resultado final, o verdadeiro perdedor da noite foi os EUA

  • Foto do escritor: Alexandre Matos
    Alexandre Matos
  • 4 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de jan. de 2021

Trump de volta aos comícios depois de ter estado infetado | Fotografia: Lusa

Ainda não se sabe o resultado das eleições presidenciais de 2020, mas uma coisa é certa: quem ficou pior na fotografia foi o país que, depois de já quatro anos da atual administração, registou mais de 66 milhões de votos em Donald Trump.


Em 2016, ainda se podia afirmar que o atual presidente era uma incógnita. Ainda (quase) se podia desculpar o facto do país, supostamente, mais poderoso do mundo ter elegido uma celebridade para seu líder.


Contudo, muito se passou nestes quase 4 anos. Donald Trump pôs em marcha uma medida que era basicamente uma proibição de entrada de muçulmanos no país. Promoveu as práticas de pôr crianças em jaulas na fronteira com o México, separando-os dos pais, muitos até agora.


Foi o homem que disse que em Abril a pandemia ia simplesmente desaparecer. Que permitiu mais de 200 mil mortes, e que ainda diz que se não fosse ele, iriam morrer 2 milhões.


Trump fez a polícia militar disparar gás pimenta sobre uma manifestação pacífica só para tirar uma foto em frente a uma igreja.


É um homem que está completamente desligado da realidade. Que mente compulsivamente. Que tem sérias tendências ditatoriais. Um homem que não tem qualquer tipo de bússola moral.


Mesmo depois disto tudo, mais de 66 milhões de norte-americanos votaram em Donald J. Trump. Mesmo que Biden acabe por ganhar, é impossível ignorar esse tipo de números.

É verdade que o antigo vice-presidente de Obama não é um candidato ideal. Há preocupações legítimas sobre a sua idade e estado mental. Mas também não se pode dizer que foi Biden que empurrou eleitores para Trump. O democrata é precisamente o candidato mais capaz em todo o seu partido de apelar aos republicanos mais moderados.


Trump é um mestre da manipulação mediática, e consegue fazer com que os seus eleitores acreditem em tudo aquilo que diz.


Os EUA estão numa série crise moral e intelectual. E aqui é importante realçar dois tipos de apoiantes de Trump. Os que toleram todo o tipo de comportamento, por mais errado que seja, tudo porque o presidente é útil para os seus interesses económicos – crise moral. E depois os que, depois de anos e anos de propaganda patriótica, nacionalista e conservadora a que são sujeitos ao longo da sua infância, não conseguiram desenvolver espírito crítica para conseguir olhar para além do que está à superfície de Trump.

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