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Uma viagem no tempo aos cinco anos de presidência de Marcelo Rebelo de Sousa

  • Foto do escritor: Inês Delgado
    Inês Delgado
  • 20 de dez. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 9 de jan. de 2021


Fotografia: Lusa

Foi com a frase “Não vou fugir às minhas responsabilidades”, que o chefe da nação anunciou que ia recandidatar-se à Presidência da Républica. Em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse com 52% dos votos dos portugueses. Recordamos os momentos mais marcantes dos cinco anos de mandato do Presidente da República.

Tudo começa a 9 de março de 2016 quando Marcelo Rebelo de Sousa chega a pé, ao Palácio de São Bento, furando o protocolo, para a tomada de posse como 20.º Presidente da República de Portugal. No seu discurso, refletiu que o país enfrentava tempos difíceis e devia compatibilizar "crescimento, emprego e justiça social de um lado, e viabilidade financeira, do outro".


Chegada ao Palácio de Belém para a tomada de posse (9 de março de 2016)

Com um início de Presidência muito pautado pela mudança, com a marca de “Presidente de todos os portugueses”, reestabeleceu a celebração do Dia de Portugal no Terreiro do Paço – o que não se verificava desde o tempo do Estado Novo. No discurso feito ao país, elogiou o povo e as Forças Armadas e condecorou antigos combatentes da guerra colonial.


Exatamente um mês depois (10 de julho de 2016), Portugal conquistava o título de campeão europeu pela seleção portuguesa de futebol, que vence a França por 1-0, após prolongamento. Depois da vitória, e regresso a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou os elementos da seleção com o grau de comendador da Ordem do Mérito.



Mas os momentos marcantes do, então, novo Presidente estavam só a começar. Em outubro do primeiro ano de mandato, deslocou-se a Havana, Cuba, para uma visita de Estado inédita ao país, de um dia e meio, onde se encontra com o Presidente Raul Castro e com Fidel Castro, um mês antes da morte do líder histórico cubano.


Se 2016 marcou o início da presidência, 2017 foi dos anos mais duros do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. A 24 de janeiro, fez questão de celebrar ano após a sua eleição, com um almoço com seis dos ex-adversários, no Palácio de Belém, e fala por Skype com a eurodeputada Marisa Matias, que não pode estar presente.


Em abril realiza, pela primeira vez desde o 25 de abril, uma visita de Estado de dois dias ao Senegal. Este é também o mês em que, numa das muitas reuniões sobre a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo, define como meta a erradicação deste problema em 2023.




Encontro com Fidel Castro, em Cuba (26 de outubro de 2016)

A meio do ano, no mês de junho (18 de junho de 2017) dá-se a tragédia de Pedrógão Grande. O Presidente, que já em agosto do ano anterior se tinha deslocado ao Funchal para visitar os locais mais fustigados pelas chamas, chega pelas 00:40 ao local onde deflagrou um incêndio com vítimas mortais, em Pedrógão. Deixou palavras de "gratidão e conforto" aos envolvidos no combate às chamas e considerou que "o que se fez foi o máximo que se poderia ter feito". Às 20:30, a partir do Palácio de Belém, pediu aos portugueses que se unissem "nesta hora de dor, mas também de combate".


Chega pelas 00:40 ao local onde deflagrou um incêndio com vítimas mortais, em Pedrógão Grande

Consola uma vítima dos incêndios de Pedrógão Grande

2017 foi, sem dúvida, um ano marcado pelos incêndios. Com o país ainda a recuperar da tragédia de Pedrógão, em outubro houve mais fogos. Um dia depois de deflagrarem 500 novos incêndios em diversos locais do país, que provocaram pelo menos 50 mortos, o Presidente da República fala ao telefone em direto para a SIC Notícias e diz esperar que se retirem conclusões destes incêndios e dos de junho: "Haverá certamente oportunidade, e mais, dever, dever moral e dever cívico, de fazer uma análise sobre aquilo que se está a passar, no tempo oportuno". Divulga uma nota a pedir ação urgente face aos incêndios, prometendo falar ao país após a estabilização dos fogos que se registam por todo o continente. Anuncia que irá visitar, ao longo dos dias seguintes, as principais áreas ardidas, cancelando a agenda que tinha prevista.


Inclusive, no dia de Natal desse ano, passa-o em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, concelhos afetados pelos incêndios de junho.



Consola a uma vítima dos incêndios em Vouzela
Marcelo passa o dia de Natal em Pedrógão Grande

Em julho, sobre o caso Tancos, visita com o Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, a base militar de Tancos, onde se reúnem com as chefias militares, e volta a defender "uma investigação total" ao caso "doa a quem doer e não deixando ninguém imune".

Em maio de 2018 veta o diploma que estabelece o direito à autodeterminação da identidade e expressão de género. Apela, também, ao parlamento que pondere incluir um relatório médico para a mudança de sexo no registo civil até aos 18 anos.


2018 é o ano que Marcelo Rebelo de Sousa se despede da profissão de Professor. A três meses de fazer 70 anos, atual idade de jubilação, leciona a sua "última aula" como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, despedindo-se da "fascinante aventura" do ensino, que diz ser a "verdadeira vocação" da sua vida, a partir da qual fez tudo o mais.


Este é, também, um ano marcado por visitas importantes. A 27 de junho de 2018 é recebido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington, com declarações conjuntas na Sala Oval. No final do ano, a 4 de dezembro de 2018, recebe o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em visita de Estado. A visita oficial dura dois dias e é a primeira de um líder chinês desde 2010.


Encontra-se com Donald Trump, na Casa Branca (27 de junho de 2018)
Marcela dá a sua "última aula"
A 4 de dezembro de 2018 recebe o Presidente chinês, Xi Jinping

2019 foi um ano que se destaca pelo envolvimento do Presidente em variados problemas sociais. Em janeiro faz uma viagem entre Lisboa e Porto, de camião, com camionistas da associação "Motoristas do Asfalto", para conhecer os problemas e as condições desta profissão.


Em fevereiro, sem aviso prévio e sem comunicação social, visita o Bairro da Jamaica, no Seixal, 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia naquele local - que levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público e de outro pela direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP). Outro gesto mais direcionado para problemas sociais, refletiu-se em novembro de 2019 quando Marcelo Rebelo de Sousa encontra e agradece ao sem-abrigo que salvou bebé do caixote do lixo.


No ano em que se cumprem os quatros anos de mandato presidencial, o mundo depara-se com uma situação sem precedentes. 2020 é marcado pela pandemia Covid-19. Em março, o Presidente decreta Estado de Emergência no país. Vigora o internamento compulsivo em domicílio ou estabelecimentos de saúde e prevalecem restrições à circulação na via pública.

O país desconfina em maio, mas vive um ano que em nada se assemelha à normalidade. Em novembro, numa comunicação ao país, Marcelo Rebelo de Sousa prepara o país para haver Estado de Emergência no Natal, o que se verifica no mês seguinte. O Presidente renova o Estado de Emergência para o Natal.


Pandemia do novo coronavírus (2020)

A 7 de dezembro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que se vai recandidatar ao cargo de Presidente da República nas próximas eleições. No seu discurso, justifica a sua recandidatura: “A minha primeira palavra é para vos dizer que sou candidato à Presidência da República, porque temos uma pandemia a enfrentar, porque temos uma crise económica e social a vencer, porque temos uma oportunidade única de, além de vencer a crise, mudar para melhor Portugal”.


Marcelo Rebelo de Sousa é o Presidente da República a anunciar mais tarde a sua recandidatura, a 48 dias das eleições e 92 dias antes do fim do mandato. Os últimos 4 anos de Presidência foram preenchidos por altos e baixos. O maior obstáculo do mandato do Presidente tem sido enfrentar as repercussões sociais e económicas da Covid-19, que justificam, em parte, a sua recandidatura a Belém.


As Eleições Presidenciais estão agendadas para o dia 24 de janeiro de 2021.

Marcelo recandidata-se (7 de dezembro de 2020)






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